domingo, 31 de outubro de 2010

Peso na consciência





Mais uma eleição e mais uma justificativa. Para um jornalista, pode parecer uma falta de cidadania. Mas como trabalho em cidade pequena, sei da pressão que é estar apto para votar e depois ter que ouvir comentários de A ou de B. Sem me manifestar já sou obrigado a aturar rótulos, imaginem podendo escolher algum candidato.  
Em 2006 não transferi meu título porque disse que não tinha conhecimento pleno dos postulantes para decidir meu voto, sendo assim, para não anular os locais e somente votar no presidente, optei por justificar. 
Em 2008, já tinha minha opinião formada para o pleito municipal, mesmo assim optei em novamente justificar. Nessa eleição, novamente recebi muitos pedidos de voto e sempre tinha a resposta na ponta da língua: meu domicílio eleitoral ainda está no Rio de Janeiro. Essa isenção é boa, mas pode pesar.
Lamentei de não poder votar nos candidatos que sempre tive apreço quando residia na minha terra natal e discuti muito sobre o pleito de lá, porque não deixei de acompanhar pelos jornais. Mas também lamentei de não ter emitido minha opinião por meio do voto, contra o que acho que foi um erro político de PSDB e de PT.
Mas tudo bem, Dilma Roussef (PT), ganhou e terá quatro anos para mostrar que a maioria do povo brasileiro estava certa. Porém, levanto um ponto favorável nesta vitória petista, o Brasil conservador e machista, está mudando. Fica a esperança, mas não aquela que um dia se perdeu. Uma nova, eu espero.     
Fico com um ar de arrependimento, de não ter demonstrado que sou um dos quase 20 milhões, que disseram que não queriam nem Dilma, nem Serra e levaram a decisão para o segundo turno. Talvez, escolhesse a Marina, mas ainda sim acredito que os próprios partidos protagonistas tinham outros bons nomes para lançarem aos “Leões”, ou melhor, ao crivo do povo e assim engrandecer mais essas Eleições.
Mas como jornalista, fiz minha parte e levei informação e esclarecimento ao eleitor, que emitiu sua vontade nas urnas. Quanto ao próximo pleito, terei que tomar uma nova postura e irei transferir meu título, para ajudar a escolher quem eu quero que governe a terra que tão bem me acolheu, agora Balneário Camboriú. 

 

sábado, 23 de outubro de 2010

Líquido dourado e outros tons


Eisenbahn Oktoberfest* 

O Carioca é famoso por gostar de um delicioso choppinho. Se for à beira da praia, melhor ainda. Recordo-me bons goles no Caneco 70, depois das aulas na faculdade, com a galera fazendo boas resenhas sobre: futebol, mulher e cerveja.
Também lembro um dia no Bar Luiz, quiosque da Praia de Copacabana e tantos bebidos no velho MUD BUG.
Chope no Rio tem que ser da Brahma, mas ao chegar a Santa Catarina, especificamente a Blumenau, fui apresentado ao “Mundo das Cervejas Artesanais”.
Na minha primeira Oktoberfest, experimentei todos os tipos. Mas o interessante é você beber nas fábricas como as: da Eisenbahn (Blumenau), Bierbaum (Treze Tílias), Schornstein (Pomerode) e Das Bier (Gaspar), uma das quatro que conheci. Não fui a mais por falta de tempo, mas não deixei de provar suas delícias, pelos bares da região.
Claro que o paladar muda, após conhecer os estilos: weizen, pale ale, bock e tantos outros. Cada chope ou cerveja tem sua peculiaridade e com isso despertam um interesse por esse líquido majestoso.
Não sou um especialista, mas gosto de ler os rótulos, experimentar novos estilos, inclusive de outras nacionalidades. Posso dizer que fiquei mais exigente e até chato. Mas é muito interessante essa tendência de harmonizar as cervejas com os alimentos e cada vez mais me interesso pelo assunto.
Para encerrar não podia deixar de recordar que no Rio de Janeiro cheguei a experimentar algumas artesanais, a Devassa, hoje do Grupo Schincariol; a Dado Bier, quando tinha o bar no Downtown, na Barra, por sinal minha primeira cerveja artesanal e a Mistura Clássica, de Volta Redonda, que pude conhecer quando fazia assessoria de imprensa para um restaurante no Centro. No mais, posso dizer que são locais interessantes para se conhecer e curtir um bom chope, com direito, é claro, as resenhas citadas acima.

*Feita exclusivamente para a festa.É uma cerveja de corpo médio, cristalina, com coloração dourada escura, e com aromas marcantes de malte, pão e cereais, apresentando leves aromas de lúpulo. Esta cerveja é familia Lager, com grau alcoólico 6% e leva três tipos de malte.

Conheça um pouco das cervejarias de SC citadas acima:




domingo, 17 de outubro de 2010

Ein prosit Blumenau!

Tinha feito um cronograma de temas para escrever sobre minhas percepções de Santa Catarina, entretanto um programa que fui fazer ontem me motivou a falar de um dos maiores e mais conhecidos eventos do estado, a Oktoberfest.
Quando morava no Rio de Janeiro imaginava a festa somente com o olhar de um bom farrista, mas ela vai muito além. É o verdadeiro carnaval alemão, onde muitas outras coisas giram em torno da festa.
Além de ser um forte estimulador do turismo em Blumenau e região, lotando praticamente toda a rede hoteleira e afetando diretamente na economia local também com a geração de empregos temporários, a festa mexe com o comportamento do povo daqui. Sob o efeito de boas cervejas artesanais, o catarinense, mais especificamente o povo do Vale do Itajaí, fechado e sério por natureza, se liberta e curte como nunca os 18 dias de folia.
Eu por sinal quando morava em Blumenau, sempre dizia que essa era a melhor época para um Carioca estar na cidade. Até mesmo a música que pensava que não fosse gostar, com bons goles de pilsen, pale ale ou weizen, rapidamente entrei no clima.
Ontem fui com a família, por isso não peguei toda a agitação que rola à noite, mas deu para aproveitar bem comendo comidas típicas e tomando um chopinho, porque ninguém é de ferro. Ah, para quem está solteiro, eu recomendo. A festa vale a pena principalmente porque as mulheres do sul têm uma boa reputação quanto à beleza.  Para quem é de fora, vale o ditado: “em terra de cego quem tem olho é Rei”. Já quem quer curtir com a família também é muito bom, mas aí o ideal é chegar mais cedo e “vazar” quando começar encher demais. Ein prosit!   

sábado, 16 de outubro de 2010

A chegada

Eu e Eduardo no primeiro chopinho na Lagoa da Conceição, Florianópolis  

Não poderia começar a postar meus textos neste blog, sem contar como cheguei e o que me trouxe até Santa Catarina. O motivo da minha vinda foi me aventurar profissionalmente em novos mercados. Também queria realizar um sonho do meu avô e que meu pai herdou, mas nenhum dos dois concretizou. Meu pai ainda pode, mas hoje ele vive em São Paulo e não compensa hoje trocar. No meu caso tinha um grande brother, Eduardo Pucu, que alguns anos antes se mudou para Floripa para fazer um mestrado na UFSC. Foi esse meu primeiro pouso, quando embarquei no Rio de Janeiro, Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, para essa empreitada. Era dia 22 de abril de 2006 e chegava eu naquela linda cidade que é cheia de referências parecidas a minha Cidade Maravilhosa.
Minha primeira impressão foi ver que até a menina da banca de jornal era loira, uma coisa comum para um estado com forte influência de imigrantes alemães. Por sinal, banca de jornal como temos no Rio de Janeiro, não temos muitas por aqui. Só mesmo nos grandes centros.
Por falar em jornal, isso foi uma coisa que eu estranhei quando cheguei. Cadê o O Globo e o extinto JB, no maravilhoso formato standard? Difícil de encontrar e se me recordo só vi em uma banca em Floripa. O jeito foi aderir ao formato tablóide da maioria dos veículos impressos do estado, mas confesso, ainda estranho.
No mais o primeiro fim de semana foi de prainha e fechou com um sambinha na Joaquina, que no carnaval deste ano (2010) descobri que tinha virado uma casa de reggae.
Esse foram meus primeiros dias na Ilha da Magia, que depois descobriria ainda um lugar mais interessante ao caminhar pelas ruas de seu centro histórico.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nasce o “FORA da GEMA”

Há mais de um ano decidi, motivado por uma amiga, a também jornalista e hoje escritora, Ana Carolina Garcia, a escrever um blog. Sempre achei aquilo um martírio para quem tinha quase 80% do dia tomado pelos afazeres profissionais.
Escrevia sobre temas cotidianos e análises que fazia da política, cultura e da sociedade em geral. Deu certo por algum tempo, mas a dedicação da minha parceira de blog era muito maior e isso gerou alguns atritos. A divergência de foco também tornou o blog estranho. Mas não estou aqui para falar do que passou e sim do meu interesse pelos blogs e a vontade de expressar algo autêntico. Por isso pensei em mil assuntos que poderiam me fazer querer ter um blog novamente. Ah, esqueci de dizer que o meu blog desativou por falta de uso, mas tudo bem a vida segue.
Pensei, refleti e cheguei a uma conclusão. Como bom Carioca e cheio de saudades da minha terra, poderia contar minhas experiências em Santa Catarina e o que fiz ou faço para diminuir a carência que sinto das coisas do RIO. Foi pensando em trocar ideias com outros Cariocas e mostrar que é possível sobreviver longe da Lapa, Grajaú, Ipanema, Maracanã e outros tantos lugares fabulosos que faziam parte da minha vida, que decidi criar o “Fora da Gema”.   
Por isso, a partir deste texto irei contar histórias e mostrar locais que nós Cariocas da Gema nos sentimos melhor e que valem à pena conferir.  
Não tenho nenhuma pretensão com esse blog, mas se ajudar outros como eu, que às vezes ficam entediados com a cultura e os hábitos daqui, a procurar uma fuga, já cumpri minha missão.
No mais, todos são bem-vindos para tentar entender o que levou um “grajauense”, deixar aquele bucólico e tradicional bairro, como gosto de dizer, para viver na Santa e Bela Catarina, que tão bem me recebeu e que tantos encantos tem para nos oferecer.
Basta estarmos abertos a uma nova cultura e entender o jeito de seu povo. Gostaria de lembrar que esse espaço é democrático e quem quiser sugerir locais em SC que nos faz sentir mais perto de nossas raízes, fiquem à vontade.