quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pequena Alemanha

Portal de entrada da cidade by Carlos Erbs Jr.



Demorei a escrever por causa da correria da mudança, mas às vésperas de completar cinco anos em Santa Catarina tomei um novo rumo dentro estado. Depois de morar um mês em Florianópolis, três anos em Blumenau, um em Gaspar e um em Balneário Camboriú desembarco em uma nova cidade, Pomerode.
Pequena, toda cheia de peculiaridades em razão da influência dos imigrantes alemães, a Cidade mais Alemã do Brasil sempre atraiu minhas atenções.
Lembro, inclusive, que meu primeiro aniversário em terras catarinenses, 4 de julho de 2006, foi comemorado na cervejaria Schorstein, durante o jogo Alemanha e Itália pela semifinal da Copa de 2006.  Também estive em duas oportunidades na Festa Pomerana de 2010 e sempre fui muito bem recebido, claro que sempre com muito chope.
Admiro a organização do município e seus jardins repletos de flores e acho curioso em pleno Brasil andar pelas ruas e ouvir gente falando alemão. Claro que não sei falar nada do idioma germânico, mas prometo que irei me esforçar para aprender.
Atrativos não faltam e aos poucos irei apresentando-os aos leitores deste blog, mas para começar falarei das construções típicas que pude conhecer melhor por meio do Guia do Centro Histórico, apresentado por ninguém menos que a vice-prefeita, Gladys Sievert, durante uma reportagem do Jornal de Pomerode.
A arquitetura enxaimel, aquela típica alemã, muitos já ouviram falar, mas andando pela Rua 15 de Novembro há muitas casas históricas com outro estilo de arquitetura europeia.  Algumas são tombadas pelo patrimônio histórico e trazem em suas memórias fatos relevantes da trajetória da cidade. Nesse roteiro podemos destacar a Casa do Escultor, O Museu Pomerano e o Teatro Municipal, este último uma construção mais recente, mais que faz parte do roteiro.    
Depois de passear pelas ruas da cidade e conhecer um pouco mais de sua história, digo com convicção que Pomerode encanta quem chega e se entrega a conhecer a cultura e os costumes desse povo.  






Fotos by Carlos Erbs Jr./Jornal De Pomerode

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pequena Copacabana


Cristo Luz é uma das atrações da cidade

A vida nos proporciona momentos inesquecíveis, que devemos aproveitá-los ao máximo. Por isso, me despedi de Balneário Camboriú esta semana, com uma sensação, meio à La Roberto Carlos: “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”. Na verdade foram muito mais sorrisos do que lágrimas e realmente só deixei a cidade por causa de uma nova oportunidade profissional que surgiu em Pomerode, também em Santa Catarina, para os que não conhecem. Meu novo destino.
Nesse um ano que morei em Balneário, vi que não há melhor lugar em Santa Catarina para um Carioca viver e não sentir tantas saudades da terra natal.
Com praias, bares e uma vida noturna agitada, a cidade respira 24 horas e tem diversas similaridades com o Rio de Janeiro. Não é forçar a barra, mas BC é conhecida como uma pequena Copacabana, com direito as calçadas de pedras portuguesas, com ondas,  para copiar a Princesinha do Mar.
Mas não é só isso que a cidade faz lembrar o Rio de Janeiro.  Tem Cristo, não é o Redentor e sim o Luz, mas do alto do morro também abençoa moradores e visitantes. Ah! Também tem Avenida Brasil, Avenida Atlântica e bondinho, tudo bem que esse último é chamado de teleférico.
Sem contar que andando pelas ruas da cidade, você verá Padaria Copacabana, Sushi Carioca e bar Maracanazzo. No caso do sushi, a referência tem a ver com os donos que são do Rio de Janeiro e fizeram um ambiente bastante aconchegante para nós Cariocas, com muitas fotos da nossa querida cidade. Vale a pena conferir.
Foram 365 dias bem vividos e aproveitados, com direito ao Reveillon, que teve cascata de fogos de um prédio na Barra Norte. Para quem não conhece o Rio de Janeiro, Balneário, mesmo que em outro estado, é uma boa amostra do que o mundo está acostumado a se encantar. 


Foto: Divulgação/internet

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Identidade Carioca

Foto: Reprodução bermuda da Bestness by Carlos Erbs Jr.  

Aqui em Santa Catarina se discute muito a questão da identidade do estado. Dividida pelas regiões, ela sofre influências diretas das mais distintas. Nas divisas com o Rio Grande do Sul, as tradições gaúchas, predominam. Há ainda a influência vinda do Paraná e a mais predominante que é dos imigrantes europeus, principalmente no Vale do Itajaí. Uma coisa é certa, é muito difícil dizer o que realmente é uma cultura genuinamente catarinense, ou pelo menos dizer que foi incorporada e propagada pelo mundo. Talvez a Oktoberfest de Blumenau e o “Manezinho da Ilha”, de Florianópolis sejam essas maiores representações.
Mas um dia discutindo isso com um Gaúcho, ou melhor, um nativo do Rio Grande do Sul, pois gaúcho não é naturalidade e sim aquele que pratica e preserva a cultura gauchesca; caímos na discussão do que seria a identidade Carioca.
Provocações à parte, dissecamos qual a cultura do Rio de Janeiro, que o mundo todo canta e se encanta.
Não estamos falando das belezas naturais, que levam nosso nome aos mais distantes cantos do planeta. Então, o que seria a identidade do Carioca? O malandro? A feijoada? O samba?
Poderíamos balançar a cabeça positivamente para essas três opções, mas a exemplo do samba, que explodiu nas rodas da Praça da Mauá, tem origem nos rituais afros do candomblé e da umbanda trazidos pelos baianos, a então capital da nação.
E é justamente o fato de ter sido a capital do Brasil, até a fundação de Brasília em 1960, que fez o Rio sofrer influências de diversas nações.
Antes mesmo da chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, os franceses já tinham deixado algumas marcas na cidade, que até hoje podem ser conferidas. Mas foi o calor escaldante desta terra que recebeu o título de maravilhosa, não por acaso, que foi moldando o jeito dos muitos “Meninos do Rio” e das “Garotas de Ipanema”. De “corpo aberto” e com muito suingue foram recriando os estilos e colocando patentes naquilo que se identificavam. Desta forma, incorporando e apimentando a gosto, o Carioca, criou o seu jeito arrastado de falar, malemolente de andar e despojado de se vestir, exaltando o “Carioca Way of Life”.