quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bateu a fome





Todo mundo que sai do Rio de Janeiro sempre que fala de saudade, lembra do Maracanã, do samba e de tantas belezas naturais da Cidade Maravilhosa. Mas para ser rebelde, decidi seguir outra linha e vou lembrar de coisas que passam despercebidas para muitos, mas não para mim. Imagine que eu estou pegando um ônibus de Blumenau para Pomerode, depois do trabalho. Tudo bem eu moro e trabalho em Pomerode, mas como disse outro dia um cara que pedi informação: “suponhetando”. Bate aquela fome de matar e você na gana de chegar em casa para jantar. Aqui com certeza continuarei com fome. Mas se fosse no Rio seria diferente. Depois de entrar no ônibus, logo no ponto seguinte pela porta da frente entraria um trabalhador informal, dizendo que poderia estar roubando e matando, mas está ali vendendo aquele saquinho de amendoim ou bala, que matará sua fome e deixará a viagem mais alegre. Quem não sentiria saudade disso? Eu sinto.  
Outro exemplo de algo que sinto saudade também é relacionado à gastronomia. Isso mesmo, gastronomia, e de primeira classe. Ou em algum outro lugar do mundo você encontra aquele “filé miau” das esquinas Cariocas. Só lá tem isso.
E já que estou só falando de comida eu não irei parar mais. Cachorro quente na carrocinha, com opção: salsicha ou linguiça, não é em qualquer lugar que você encontra. Ovo colorido, sanduíche de carne assada, isso é coisa que só quem mora no Rio tem. E se existir em outro lugar, pode até ser bom, mas vai faltar tempero.
Ah! Tanta comida dá sede. Então o jeito é abrir a janela do carro no sinal e comprar aquela água estupidamente gelada ou uma coca-cola. Você mata sua sede e contribui para economia das vítimas da desigualdade social que existe no Brasil.
Mas como água não é minha bebida predileta, o jeito é parar naquele “butiquim” bem sujinho, com o São Jorge abençoando o ambiente e pedir uma Itaipava, ou, a mais barata como fazia na época da faculdade.  
Agora, para encerrar não poderia deixar de lembrar o velho e bom chinês. Em toda esquina tem. Um mais esquisito que o outro, mas com aquele salgadão recheadão, que não pesa nem um pouco no bolso e ainda vem com o “sugo”.  
 

Foto: Divulgação